Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew

A Galeria Municipal de Arte Victor Kursancew é uma das unidades da Fundação Cultural de Joinville, mantida pela Prefeitura Municipal de Joinville, com sede na rua Dona Francisca, 800 - Saguaçu - Joinville -SC. Dispõe de 130 m2 de área de exposição disponível aos artistas interessados. Possui um Conselho Consultivo que avalia as propostas recebidas por edital.


quarta-feira, 13 de abril de 2011

fio condutor - até 13 de maio

 Ao visitar a exposição percebemos já em seu design museográfico, idealizado por Lahir Ramos, organizar as poéticas em um contínuo fio condutor. Valoriza a linguagem da gravura tendo como suporte as poéticas individuais dos três artistas. Maria Lucia de Julio traz seus pormenores da paisagem com impressões digitais manipuladas sobre uma faixa azul/céu que, na Galeria, se aproveita do caminhar do olhar do visitante para levá-lo à paisagem externa, vista pelas portas envidraçadas. O todo, o pormenor, o traço e o jardim externo contam poemas visuais. Em outro local ela preenche o espaço branco da parede com enormes traços desenhados sobre vinil. Dalton Reynaud traz de dentro de nossas casas utensílios gravados em papel, seriados num traço lúdico sem deixar de sério ser. Consegue a transparência antagônica de uma massa metálica, do ferro de passar, ao valorizar a sutileza como um pano em flores por debaixo. A textura aveludada possível pela sobreposição da tinta sobre o papel faz acreditar que se trata de um suporte de tecido. Gravar é registrar em vários suportes as impressões da poesia do artista, Julcimarley Totti traz o papel marcado em tinta e avança para os limites arquitetônicos da Galeria VK, compartilhando de suas memórias familiares com delicadas, e nem por isso frágeis, gravuras. Perenes nas paredes e fortes no enquadramento sobre papel emoldurado.
[TiroTTi, coordenador Galeria VK]

fio condutor - encontro com os artistas


Encontro com o Artista [projeto que acontece a cada exposição da Galeria VK e oferece uma aproximação do artista com o publico]
 
Por conta da exposição Fio Condutor, os artistas Julcimarley Totti, Maria Lucia de Julio e Dalton Raynaud e a curadora Lahir Ramos carinhosamente receberam os visitantes na abertura da exposição. A produção deles, que também formam o grupo Sala, é no ateliê aberto de gravura do Solar do Barão em Curitiba. Na conversa falaram de como acontece a produção no ateliê, alguns se perguntaram, poderíamos aproveitar desta dinâmica com uma atividade semelhante por aqui? Foi indagado sobre o desinteresse em Joinville pela técnica da gravura, Lahir comenta que em Curitiba muitos se aplicam da produção da gravura, comentou sobre a exposição -  Autorretratos - no espaço Casa Andrade Muricy, onde 110 artistas, de outros estados com os de Curitiba, mostram uma produção com a técnica da linoleogravura. Acrescenta que o desinteresse pode vir na dificuldade em se ter acesso ao papel, importante para o processo da gravura. Perguntei a Julcimarley, já que o assunto papel apareceu na conversa, quando ela decidiu sair do papel. Ela faz uma análise sobre o papel como um fundo de sua figura gravada e percebe que, assim o papel deixa muito bem o lugar a ser preenchido pela parede. Ana Fogo, professora de ateliê, coloca da necessidade de gostar muito deste fazer, para compensar o esforço físico no processo de gravar, confirmado pelos artistas. Miriam, professora de Historia da Arte pede para que comentem aos alunos presentes detalhes do processo. Maria Lucia descreve sobre como o uso de um lápis [exemplificado como o lápis de olho] desenhando sobre a superfície plana da pedra, forma um traço engordurado que, ao receber a tinta e, com uso da prensa, permite a impressão. Antes fez rápido histórico sobre a litogravura comentando sobre o uso original da pedra da Bavária que, pela sua resistência era utilizada para calçamento das ruas. Quem visitar a exposição poderá ver: que bom alguém ter descoberto seu uso para a gravura, assim podemos caminhar por outros calçamentos e chegar à exposição Fio Condutor.